Eleições municipais são como um caleidoscópio. As múltiplas arenas de batalha, o grande número de partidos e de candidatos e as complexas conexões entre temas locais – em princípio, os mais determinantes para os resultados eleitorais – e nacionais possibilitam visões muito diversas, de tonalidades bastante diferentes. Análises apressadas, em geral, estão condenadas ao daltonismo.
Para reduzir tal risco, consolidamos nesta edição especial os principais resultados, facilitando a compreensão do que as urnas falaram em novembro, e acrescentando sempre que possível observações que tentam ir além do óbvio.
Deve-se ressaltar que ainda não foram divulgados oficialmente os resultados finais e completos das eleições (sem falar que Macapá escolherá o prefeito apenas neste domingo, dia 6). Por isso, alguns dos gráficos usados a seguir apresentam totalizações que ficam por vezes abaixo do número total de municípios brasileiros (5.570).
Um olhar para a quantidade de vereadores eleitos, tendo em mente a variação entre 2016 e 2020, confirma mais uma vez o avanço de PP, DEM e PSD. Juntos agregaram 4.083 novas cadeiras e contabilizarão 16.381 vereadores.
A se pensar que cada vereador é um agente político trabalhando em tempo integral para o partido, essa é uma dimensão interessante de capilaridade partidária. O único partido de esquerda a aumentar a quantidade de vereadores foi, uma vez mais, o Psol.
Desalentados e desesperados
Entre os partidos que perderam vereadores, há os que permanecem com um número expressivo de vagas nas câmaras municipais, apesar dos reveses. São o que podemos chamar de desalentados: PSC, SD, Cidadania, Podemos, PT, MDB, PDT, PTB, PSB e PSDB.
E há os que amargam uma perda de vereadores superior à quantidade de eleitos. São o que podemos chamar de desesperados: PCB, PMB, DC, PMN, PTC. A menos que se fundam com outras organizações, são legendas condenadas a não passarem pelo teste decisivo da cláusula de barreira.
Com um resultado um pouco melhor, mas bastante preocupante, aparecem PRTB (o partido de Levy Fidelix e do vice Hamilton Mourão), Patriota, PCdoB, PV.
A matéria completa pode ser lida https://congressoemfoco.uol.com.br/farol/o-novo-mapa-do-poder-municipal/
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